As 10 diferenças entre a formação à distância e o e-learning

A formação on-line (também conhecido como e-learning) é uma evolução da formação à distância tradicional? Quais são as diferenças entre uma e outra? Por que o e-learning está alcançando o prestígio e a popularidade que a sua irmã mais velha, a formação à distância, não tinha?

Neste post, tentamos responder a essas questões com base nas 10 diferenças fundamentais entre o que conhecemos hoje como e-learning e a formação à distância convencional de alguns anos atrás.

No final do infográfico seguinte, se quiser expandir, explico cada ponto com mais detalhes ;-)



1. Onde aprendemos



Certamente estará presente em vossa lembrança de quando há dez ou quinze anos matriculou-se em um curso a distância: depois de alguns dias, recebia por correio postal um pacote ou um envelope com o material didático, normalmente em CD-ROM ou pen-drive (já choveu!). Certamente descarregava e imprimia o necessário e logo apoiava os cotovelos na mesa em casa ou onde pudera tomar as notas.

Atualmente, em um curso on-line ou e-learning, só precisamos de algumas palavras-chaves e um dispositivo com uma conexão à Internet para entrar em um lugar virtual chamado LMS no jargão de e-learning (Learning Management System) ou plataforma de formação on-line. Alguns dos LMS mais conhecidos e utilizados são o Moodle, o Chamilo ou o Blackboard: apesar de que todos os dias nasce mais um, ainda nenhum outro firmou-se tão fortemente.

Uma vez que o aluno acede a plataforma correspondente, ele verificará que pode dispor dos materiais do curso a qualquer hora do dia e em qualquer lugar e dispositivo com conexão à Internet.

Este ponto logicamente já supõe uma melhoria na experiência do utilizador, o que evita estar a carregar fólios, cadernos e pastas, se quiser mudar de lugar o seu local de estudo.



2. Como regista-se a participação de cada aluno?



Na formação à distância tradicional somente era possível registar a participação quando o estudante enviava suas dúvidas ao tutor ou as respostas a algum questionário de avaliação. Se o tutor fosse suficientemente metódico e organizado, ele teria uma planilha onde coletaria manualmente todas as participações e notas de cada aluno ao longo do curso até o final.

Na formação on-line, cada dado de participação de cada estudante, por mais insignificante que possa parecer (desde que tenha aberto uma apresentação até que tenha respondido um questionário on-line, através de suas respostas a algumas perguntas em um fórum), absolutamente tudo ficará registado de forma automática na plataforma sem que o tutor tenha que fazer nada.

Mais uma vez a experiência do utilizador vê-se recompensada: tanto em relação ao professor, que pode concentrar sua energia na tutoria do alunado, quanto em relação ao aluno, que pode ter certeza de que toda a sua atividade está sendo gravada caso seja necessário acedê-la.



3. Focalização do curso



A formação à distância convencional (e até hoje em muitos cursos de e-learning de baixa qualidade) baseava-se no ensino tradicional: o professor tem o conhecimento e o transmite ao alunado, que simplesmente o recebem e interagem de forma passiva: apenas para fazer perguntas e resolver algum questionário de avaliação proposto pelo professor, questionários que são normalmente avaliados de forma imediata e automática: o processo formativo como "formação".

Isso resulta em um conteúdo igual para todo o alunado: o que especialistas no campo o chamaram de conteúdos enlatados, independentemente das características diferenciais de cada aluno, suas experiências, conhecimentos prévios e necessidades formativas. Infelizmente, essa abordagem da antiga formação à distância, hoje em dia ainda é usada em alguns cursos de e-learning, assumindo, segundo Julio Cabero, da Universidade de Sevilha, na Espanha, uma das razões pelas quais eles fracassam.

Segundo especialistas, o conteúdo enlatado (ou "café para todos") é uma das razões pelas quais os cursos de qualquer tipo falham.

Uma formação de qualidade em qualquer modalidade (à distância, presencial, semi-presencial ou on-line) deveria ser a mais flexível, diversificada e escalonável possível para que possa ser adaptado a cada estudante. Parece impossível, mas pela minha experiência posso afirmar que não é.

É claro que é preciso um certo investimento de tempo e esforço tanto pelo organizador da formação quanto pelo professor, mas o resultado vale a pena, já que é uma experiência de aprendizado real e significativa. Por parte da organização, porque essa abordagem exige grupos de no máximo 20 alunos por curso; e por parte do professor, porque requer uma mudança de chip: neste caso, não se trata do que o professor vai transmitir, mas sim, das características do alunado e de suas necessidades de formativas.



4. Tipos de conteúdo e atualização



Como vimos, na formação à distância tradicional, os formatos eram planos ou não interativos: normalmente documentos e apresentações imprimíveis com muito texto e poucos elementos gráficos ou multimídia. E logicamente, só poderiam ser atualizar-se antes de enviá-los ao aluno.

Por outro lado, a tecnologia permite-nos utilizar inúmeros formatos digitais, interativos, de fácil acesso, onipresentes e permanentemente atualizáveis: apresentações, imagens, vídeos, páginas web, documentos, mapas conceituais, atividades interativas, jogos, ... que também podem relacionar-se e ligar-se entre si através de hiperlinks (o que é conhecido como hipertextualidade).

Essa vantagem permite que a ação formativa seja impulsionada até os limites que somente nós mesmos queremos colocar.



5. Estrutura de Conteúdo



Em relação aos pontos anteriores, na formação à distância tradicional era necessário um sequenciamento linear de conteúdos e atividades, onde o aluno deveria superar uma atividade e um objetivo para tentar a próxima, através de um único itinerário possível proposto pelo professor.

Graças à tecnologia, agora é mais fácil criar múltiplos itinerários de aprendizagem, dependendo do tipo de conteúdo, do ponto de partida e das necessidades do alunado. Neste sentido, Noa Orizales propõe 3 propostas para organizar o conteúdo de seu curso virtual: sequencial, divergente e colaborativo.



6. Papel do tutor e do aluno



De acordo com os pontos anteriores, já pode imaginar qual é a mudança de papel: na formação à distância convencional, o professor ou tutor era um transmissor de conhecimentos e o aluno, um receptor passivo ou com pouca participação.

Em um e-learning de qualidade, o professor será um facilitador de recursos e experiências que, de acordo com sua opinião de especialista, favorecem a aprendizagem de cada aluno com base em suas necessidades individuais. E o aluno deixa de ser um receptor passivo para construir ativamente seu próprio aprendizado a partir de suas próprias necessidades de formação, tornando-se assim o protagonista de tal aprendizado.



7. Tutoriais



Na formação à distância convencional (aquela que chegava por correio postal), o tutor era praticamente inacessível: o aluno podia apenas enviar perguntas por e-mail ou telefone e não sabia quando seriam respondidas.

Mais uma vez, a tecnologia favorece este ponto, uma vez que as plataformas de formação on-line oferecem vários canais de comunicação, tanto simultâneos (chat e videoconferência) como assíncronas (fóruns e mensagens privadas): os simultâneos podem ser gravados e os assíncronas facilitam que o aluno possa contactar o tutor diretamente e a qualquer hora do dia e da noite, sendo também registados.

Logicamente, isso não significa que o professor deva estar conectado 24 horas por dia à espera de receber mensagens, mas que a plataforma irá enviar automaticamente ao e-mail que tenha vinculado às mensagens privadas do curso. Desta forma, o professor pode responder quase imediatamente (para promover a experiência do utilizador é recomendado que a resposta seja em menos de 24 horas).



8. Relacionamento com seus pares



Na formação à distância convencional normalmente não existia nenhum tipo de relacionamento entre os estudantes.

Ao contrário do que geralmente se pensa e graças à mídia mencionada no ponto anterior, o e-learning aprimora a comunicação entre todos os participantes do curso, tanto entre professor e aluno quanto entre os próprios alunos, também aprimorando uma experiência mais social e, portanto, uma aprendizagem colaborativa que enriquece o processo.



9. Sensação do aluno



A secção anterior nos leva a responder quase categoricamente a esse ponto: a formação à distância convencional favorecia ao aluno a sentir-se sozinho em seu processo e, se não tivesse organização, necessidade formativa e/ou força de vontade suficientes, acabaria deixando o curso antes de terminá-lo.

Por outro lado, o e-learning, através da aprendizagem colaborativa e da comunicação contínua entre professor-aluno e entre pares, favorece o aluno a sentir-se acompanhado, orientado e vestido.



10. O tipo de aprendizagem que favorece



Portanto, a partir dos pontos anteriores, fica claro que a formação à distância convencional favorecia uma aprendizagem individual, linear e dirigida, na qual o aluno tinha que fazer um esforço extra para conseguir que sua aprendizagem fosse focada em suas próprias necessidades e, portanto, significativa.

Em contraste, como vimos, um e-learning de qualidade (em que o conteúdo não é "café para todos") favorece a aprendizagem colaborativa e significativa por si só, evitando o abandono do aluno antes de terminá-lo.

Como vimos, embora ambas as modalidades ofereçam semelhanças óbvias em relação ao lugar e ao tempo de formação (o professor e os alunos não estão no mesmo lugar e na mesma hora), também há grandes diferenças entre ambas.

E como uma promessa é uma dívida, aqui deixamos este infográfico que resume tudo o que foi dito anteriormente:

Na plataforma de formação on-line da MHP, a Entrena, promovemos todas as vantagens do e-learning, apostando na formação acessível e de qualidade.



Post publicado originalmente no blog da MHP Espanha e adaptado por Mônica Ramos para o blog da MHP Portugal.